5 de Outubro - Implantação da República Portuguesa

A situação económica, política e social em que Portugal vivia nos inícios do século XX, juntamente com a difusão de novas ideias políticas, faziam crer que a melhor solução política para os destinos do país seria a mudança no modo de o governar, introduzindo em Portugal um regime republicano, à semelhança do que tinha acontecido, já nos finais do século XVIII, co a Revolução Americana e com a Revolução Francesa, em que se escolhem para dirigir os destinos do país, pessoas vulgares e não o filho primogénito do rei.

Também em Portugal essas ideias foram ganhando força, tanto entre as camadas populares (operários) como entre a pequena e média burguesia. O Partido Republicano, fundado em 1870, foi assim ganhando cada vez mais adeptos.

O descontentamento com o regime monárquico era cada vez mais evidente e foi-se manifestando, entre outros acontecimentos, na ocasião do Ultimatum inglês (1890), na tentativa de revolta em 31 de Janeiro de 1891, na cidade do Porto. Também se fazia sentir a atuação de associações secretas, como a Carbonária e a Maçonaria. Em 1908 sucedeu mesmo, em Lisboa, no Terreiro do Paço, o assassinato do rei D. Carlos e do príncipe herdeiro D. Luís. O último rei de Portugal, D. Manuel II não foi capaz de inverter a tendência que fazia prever que o fim da monarquia estava próximo.

Em 4 de Outubro de 1910 inicia-se em Lisboa um movimento militar, com grande apoio popular que culminou no dia 5 de Outubro com a proclamação da República, na varanda da Câmara Municipal de Lisboa. O oficial da Marinha, Machado dos Santos, foi o comandante das operações militares que se desencadearam em alguns lugares da cidade de Lisboa. O Palácio das Necessidades, onde estava o rei D. Manuel, foi bombardeado e este teve que sair de Lisboa em direção a Mafra e daí abandonar o país, para nunca mais voltar.

Com a proclamação da República foi nomeado o primeiro governo republicano, com caráter provisório, chefiado por Teófilo Braga. Em 1911 realizaram-se as eleições para a Assembleia Constituinte que elaborou a Constituição de 1911, que definia, entre outros aspetos, que o poder executivo pertencia ao Governo e a um Presidente da República, eleito pelo Parlamento. O primeiro presidente da República foi Manuel de Arriaga.

De um modo mais ou menos pacífico o novo regime foi aceite por todo o país, apesar de ter havido várias tentativas de voltar a implantar a monarquia. Em Vila Verde a República foi proclamada em 10 de Outubro de 1910 na Câmara Municipal, onde hoje funciona a Biblioteca Professor Machado Vilela.