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URGENTE

Na nossa escola!

Excesso de peso e obesidade


1-INTRODUÇÃO

Para nós, tal como para os médicos e nutricionistas, não restam dúvidas que a obesidade  apresenta-se como um dos mais sérios problemas para a Saúde Pública, quer no espaço Europeu, quer no mundo. Tendo em conta a atualidade é pertinente referir que também é um problema de finanças públicas, pois dados recentes referem que são gastos mais de 660 milhões de euros por ano com o tratamento de doenças resultantes desta “Epidemia”, como muitos consideram.

O excesso de peso ou obesidade pode surgir por vários fatores, desde hormonais, genéticos, mas as causas mais frequentes são os maus hábitos alimentares e a falta de atividade física/sedentarismo. É sobres estas duas últimas precisamente que a escola pode intervir alterando os comportamentos dos nossos alunos nesta áreas. É neste sentido que aponta entre outros, o resultado do estudo publicado em julho de 2009 na International of Obesity, onde conclui que o “problema da obesidade infantil é comportamental”. Se a criança ou adulto ingerir mais calorias do que o seu gasto diário, daí resulta um balanço positivo e consequente aumento da reservas de gordura corporal para além do recomendado.


2- METODOLOGIA

No âmbito da disciplina de Educação Física, ao longo do presente ano letivo, foi efetuado o registo dos valores referentes à massa corporal dos alunos no nono ano de escolaridade (9ºA,9ºB e CEF-CL). O tratamento dos dados deste estudo recaiu sobre os valores da % Gordura Corporal dos alunos. Não foi utilizado o tradicional Índice de Massa Corporal (IMC), pelo simples facto deste não descriminar individualmente as diferentes massas que constituem o nosso corpo.

Para a recolha dos dados utilizou-se um aparelho de Impedância Bioelétrica, balança de diagnóstico BF66. A leitura e tratamento dos dados foi efectuada tendo em conta as tabelas de referência que a acompanham.


3- RESULTADOS

3.1- Apresentação dos resultados em termos percentuais de acordo com o género masculino e feminino

A leitura dos gráficos permite-nos verificar uma clara diferenciação entre sexos. Vemos uma percentagem elevadíssima (82%) de alunas com gordura corporal acima do normal. Os rapazes apresentam um valor bem mais baixo, no entanto pode ainda ser considerado elevado. Tendo como referencia os dados existente relativamente a estudos do IMC, onde vemos que um em cada três jovens tem excesso de peso, fazendo o paralelismo com as devidas ressalvas, estes resultados dizem-nos que os nossos alunos apresentam um índice de gordura corporal que merece especial atenção e um plano de intervenção sério.

3.2- Evolução dos valores da % de gordura corporal ao longo do ano letivo

Verificamos que entre os diferentes momentos de registos, para ambos os géneros, aumentou o número de alunos com percentagem de gordura corporal elevada. Enquanto nos masculinos houve uma distribuição pelo intervalo mais “baixo” e “ alto” no feminino vemos claramente um aumento de alunas com percentagem de gordura acima do normal.


4- CONCLUSÃO

Não foram considerados neste estudo mas pode-se referir que na maior parte dos alunos, os registos efetuados ao longo do terceiro ciclo, demonstram perfil de evolução destes valores e  a consequente tendência para o aumento no futuro.

Estes resultados, juntamente com a observação direta dos nossos alunos, veem corroborar vários estudos publicados desde há muitos anos que alertam para este grave problema de Saúde Pública. Alguns desses estudos que merecem a nossa reflexão dizem que:

  • Um terço das nossas crianças e adolescentes tem excesso de peso;
  • Portugal é o segundo país da Europa com maior percentagem de população com excesso de peso e obesidade;
  • Mais de 60% de adultos portugueses não praticam qualquer tipo de atividade física, sendo os menos ativos da Europa.

O ambiente escolar é, sem dúvida, um ambiente privilegiado de educação para a saúde, no entanto, investimos o nosso tempo a educar os alunos para boas práticas alimentares e em simultâneo colocamos à sua disposição tudo aquilo que lhes permite o contrário. Na nossa opinião e, porque são crianças, impõe-se que nas nossas escolas sejamos mais ativos e coerentes.

Sendo consensual que a prevenção e tratamento do excesso de peso/obesidade se faz principalmente com o recurso a uma dieta adequada e atividade física, pretende-se despertar a consciências e apelar a uma reflexão conjunta de toda a comunidade educativa para a elaboração de um Plano de Intervenção Prático e URGENTE.

Prof. Pedro Barbosa

 
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