PROJECTO EDUCATIVO

2002 – 2005

EDUCAR PARA A CIDADANIA ACTIVA

   
ÍNDICE
 
   

1.      Introdução ............................................................................................

2

   

2.      Caracterização da zona de intervenção pedagógica: ..........................

3

2.1. Identificação e localização; ............................................................

3

2.2. Contextualização sócio - económica e cultural; .............................

4

2.3. Recursos do meio; .........................................................................

6

·        Património, turismo, associativismo. ....................................

6

   

3.      Caracterização do contexto educativo: ................................................

8

3.1. Rede Escolar, instalações e equipamentos; ......................................

8

3.2. Recursos. ...........................................................................................

9

   

4.      Principais problemas detectados nos contextos sócio - económico,

     educativo e de ensino – aprendizagem. .............................................

12

   

5.      Linhas gerais de actuação. ..................................................................

14

   

6.      Parâmetros de intervenção prioritária. .................................................

16

   

7.      Formas e instrumentos de operacionalização. ....................................

18

   

8.      Avaliação do projecto. ..........................................................................

22

   

9.      Divulgação do projecto. . ......................................................................

22

   

10.          Bibliografia. . ...................................................................................

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1.      INTRODUÇÃO

Na versão do Decreto-Lei n.º 115-A/94, de 4 de Maio, a autonomia é entendida como o poder reconhecido à escola pela administração educativa de tomar decisões nos domínios estratégico, pedagógico, administrativo, financeiro e organizacional, no quadro do seu projecto educativo e em função das competências e dos meios que lhe estão consignados, em benefício dos alunos e com a participação de todos os intervenientes no processo educativo.

Neste sentido, a construção da autonomia está dependente, não meramente de qualquer imperativo legal, mas fundamentalmente do nível da sua importância conscientemente assumida pela comunidade educativa, enquanto meio para a prestação de um serviço público de educação e ensino de qualidade em benefício das aprendizagens dos alunos.

Nesta linha de pensamento, não é possível materializar com êxito a autonomia da escola, a autonomia pedagógica, sem a mobilização organizacional dos professores, pais e encarregados de educação, das estruturas associativas e empresariais, quiçá da massa crítica local.

Nesta nova realidade educativa, assume particular relevância um planeamento criterioso dos instrumentos de autonomia da escola, desde logo o projecto educativo, como documento que compagina não só um processo de “gestão estratégica”, capaz de mobilizar a participação dos diferentes actores educativos nas tarefas de desenvolvimento organizacional da escola, mas também os valores e os princípios do tipo de escola que se pretende materializar em função do quadro legal existente e da realidade palpável do contexto educativo do agrupamento.

Neste quadro de referências, a equipa coordenadora, ultrapassada que foi a fase de diagnóstico, deu à estampa uma matriz do projecto educativo que serviu de base a um debate sério e consequente de todos os intervenientes no processo ensino-aprendizagem e conduziu à recolha e tratamento criterioso de inquéritos, propostas e sugestões, tendo como finalidade a definição clara e objectiva das linhas orientadoras da política educativa do agrupamento, quiçá dos principais “perfis de mudança” que constituem o enfoque da sua acção educativa.

Esperemos, pois, que esta estratégia metodológica de consciencialização, participação e responsabilização da comunidade educativa no processo de construção deste projecto, represente a possibilidade real de introduzir mudanças significativas no contexto escolar do agrupamento, assumindo a mobilização dos diversos actores intra e extra – escolares e a inovação pedagógica como factores e condições que permitam assegurar uma efectiva igualdade de oportunidades e a correcção de eventuais desigualdades existentes.

2.    CARACTERIZAÇÃO DA ZONA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

2.1.                 IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO

A sede do agrupamento de escolas, tendo por palco a Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico Monsenhor Elísio de Araújo, criada pela portaria n.º 745/99, de 26 de Agosto, situa-se na freguesia de Pico de Regalados a norte da sede do concelho, Vila Verde, do qual dista 5Km e a 18Km da capital de distrito, Braga.

Regalados ou Terra de Regalados era a designação de um julgado medieval, situado na margem esquerda da bacia do rio Homem, cujas freguesias se situavam nos actuais territórios dos municípios de Vila Verde e Terras de Bouro. O julgado foi criado logo no início da nacionalidade, recebeu foral por concessão de D. Manuel l a 13 de Novembro de 1513, mantendo-se até 24 de Outubro de 1855, data em que foi extinto e incorporado no então criado município de Vila Verde.

O Agrupamento de Escolas do Pico de Regalados, homologado por despacho de 06 de Junho de 2001, inscreve a sua intervenção pedagógica numa área geográfica de cerca de 94,4 Km2, abrangendo um território de 23 freguesias de carácter eminentemente rural, com uma população residente estimada em 10353 habitantes, segundo os censos de 2001e uma densidade populacional de 109,7 habitantes por Km2.

A sua estrutura geomorfológica é extremamente contrastante, alternando as zonas baixas da veiga fértil do vale do Homem e bem ocupada pela actividade agrícola, não obstante de subsistência, com os relevos alterosos das cristas e encostas montanhosas de Aboim e Oural, sobre cujas vertentes se alcandora a maior parte das povoações e pequenos núcleos rurais da região de Regalados, cujo empobrecimento assumiu ao longo dos tempos um papel determinante no aparecimento do fenómeno emigração, que seduz, ainda hoje, um grande contingente da sua população activa.

Saliente-se, porém, que não obstante o acentuado contraste no que à textura geomorfológica concerne, a região de Regalados manteve, ao longo de larga diacronia, uma certa homogeneidade étnica, etno-etnográfica, religioso-política e histórica, fortemente dependente da pequena aristocracia rural, o que na nossa perspectiva confere às suas gentes, ainda hoje, um certo espírito conformista e de obscurantismo que só uma aposta séria na escolarização poderá  dissipar a médio prazo.          

2.2.                 CONTEXTUALIZAÇÃO SÓCIO - ECONÓMICA E CULTURAL

O meio económico onde se insere o agrupamento caracteriza-se pelo predomínio do sector primário, o qual ocupa cerca de 60% da população activa, seguindo-se-lhe o secundário com uma taxa de 28,2% e o terciário com 11,8%, factores que de alguma maneira caracterizam o estatuto sócio - profissional da grande maioria dos agregados familiares, cujos pais e encarregados de educação se distribuem em percentagens similares pelos sectores agrícola e da produção, pelo comércio e serviços, pela pequena indústria artesanal, têxteis e construção civil, como trabalhadores por conta de outrem e independentes.

Relativamente à agricultura e agro - pastorícia, é importante sublinhar não só que estamos perante actividades de autosubsistência onde cerca de 84% dos activos são trabalhadores familiares a tempo parcial, particularmente mão-de-obra feminina, mas também que 34% da população agrícola tem menos de 50 anos, e desta cerca de 20% tem idades entre os 12 e os 18 anos, o que denuncia uma situação de forte utilização de trabalho infantil, e potencia a fuga à escolaridade e abandono escolar precoce.

A presença de mão-de-obra infantil afigura-se-nos preocupante, porque, para além dos problemas sociais e humanos que esconde, impede uma formação escolar regular, adequada e harmoniosa, com graves consequências futuras.

Como fica claro, a estrutura económica da região de Regalados assenta em sectores tradicionais de baixa produtividade, a qual resulta essencialmente da fraca dotação em infraestruturas básicas e equipamentos, da situação de dispersão e isolamento das povoações, associada à ausência de vias de comunicação estruturantes, do elevado índice de analfabetismo real e funcional, da deficiente formação escolar e profissional dos activos, dos reduzidos níveis de terciarização, das fragilidades que caracterizam, no seu todo, o modelo de desenvolvimento do meio rural.

No que ao nível de escolaridade da população em geral concerne, verifica-se que 11,9% não tem instrução básica, cerca de 61% possui o 4º ano de escolaridade, 24,1% concluiu o ensino básico (6º e ou 9º ano de escolaridade), 2,1% o ensino secundário e ou profissional e 0,9% possui o ensino médio e ou superior.

Relativamente ao nível de escolaridade dos pais e encarregados de educação, constituídos por agregados familiares com idades compreendidas entre os 28 e 50 anos, verifica-se que cerca de 5,3% não têm instrução básica, 62,9% possui o 4º ano de escolaridade, 27,8% conclui o ensino básico (6º ou 9º ano de escolaridade), cerca de 2,8% o ensino secundário e ou profissional e 1,2% o ensino médio ou superior. Neste quadro de referências, é importante sublinhar que as mães superam os pais no que ao nível de escolaridade se refere, quer no que diz respeito à conclusão do ensino básico e secundário, onde atingem níveis de 28,6% e 2,9%, respectivamente, quer relativamente ao ensino médio e ao superior com índices de 2%.

Ora, este padrão de escolaridade traduz, inequivocamente, um elevado índice de abandono escolar entre o 1º e os 2º e 3º ciclos do ensino básico, bem como entre este último e o ensino secundário / profissional, tal como denuncia a existência de contextos familiares pedagógica e intelectualmente pouco estimulantes.

Outro dos aspectos preocupantes, prende-se com o facto de a área de intervenção do agrupamento apresentar elevados níveis de consumo de bebidas alcoólicas, não só ao nível da população em geral, mas também relativamente à população em idade escolar, com índices que exigem uma reflexão séria e a aplicação de medidas profilácticas.

  A amostragem realizada a 750 agregados familiares e a 1500 jovens com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos, demonstraram inequivocamente que cerca de 75% das famílias consomem habitualmente bebidas alcoólicas às refeições. 6,4% das crianças e adolescentes afirmam beber diariamente, 10,8% muitas vezes, 18,6% frequentemente, 30,2 algumas vezes, 34% nunca.

Evidentemente que estes padrões de consumo determinam um contexto familiar de risco, quiçá potenciador do desinteresse pelas aprendizagens, do insucesso, do abandono escolar precoce, bem como afectam a saúde física e intelectual dos indivíduos, criam problemas de relacionamento interpessoal e afectivo, geram a agressividade e a violência, provocam situações de alguma promiscuidade ao nível dos afectos, contribuindo negativamente para uma educação sexual dos jovens  e adolescentes que se pretende enriquecedora e positiva.

Neste contexto, não é de estranhar, porém, que cerca de 10% da população em idade escolar apresente incapacidades que se reflectem numa ou mais áreas de realização das aprendizagens, resultantes de deficiências de ordem sensorial, motora, mental, de perturbação da fala e da linguagem, da personalidade e ou do comportamento, ou graves problemas de saúde.

Como factores de risco é de sublinhar, também, o uso de tabaco e a agressividade verbal em contexto escolar. Relativamente ao primeiro factor, constata-se que cerca de 7,5% dos jovens com idades entre os 12 e os 18 anos fumam habitualmente, 10,8% com alguma frequência, 22,6% raramente e 59,1% nunca fumou. No que ao segundo aspecto concerne, não obstante a inexistência de indicadores de frequência sobre o uso indiscriminado de “calão” pelos alunos, trata-se de uma pecha a que é urgente pôr termo.

Finalmente, é de salientar que a população da área de intervenção do agrupamento manifesta um acentuado défice no que à educação para a saúde, higiene e ambiente concerne, mormente ao nível dos cuidados primários, prevenção das doenças, hábitos alimentares, higiene oral e corporal, protecção e preservação do meio ambiente, aspectos a exigir de imediato a mobilização e cooperação de professores, pais e encarregados de educação, profissionais de saúde, movimento associativo e autarquias.

2.3.                  RECURSOS DO MEIO

·         PATRIMÓNIO, Turismo, ASSOCIATIVISMO

Como atrás se refere, a geomorfologia da zona de intervenção pedagógica do agrupamento caracterizada pelo contraste entre zonas baixas dominadas pelo vale do rio Homem e os extensos relevos graníticos das encostas montanhosas de Aboim e Oural, reflecte, ainda hoje, a sobrevivência de uma enraizada cultura agro-pastoril, testemunho inquestionável da ocupação humana deste território, materializada no “fenómeno do megalitismo”, desde a pré-história recente.

Enquadradas no contexto megalítico do nosso concelho, merecem-nos aqui destaque especial os monumentos funerários da área do agrupamento, mormente a necrópole da Chã  do Bustelo situada entre os marcos geodésicos do monte do Borrelho, Mós, Prado S. Miguel e Pico de Regalados, as mamoas localizadas em Coucieiro, Codeceda e Gondomar.

Não menos importante são os vestígios dos povoados fortificados, vulgarmente inseridos num contexto histórico-cultural que se convencionou denominar de “cultura castreja”, correspondendo na sua maioria a uma forma de ocupação do território na Idade do Ferro, romanizados uns e com ocupação provável, ainda na Idade Média, outros.

Destes povoados fortificados destacamos, por ordem crescente de importância, as estações arqueológicas de Cristelo, na freguesia de Mós, Penedos do Inferno, em Gondomar, S. Miguel-o-Anjo, em Prado S. Miguel, Vairão ou Monte S. Tomé, em Gomide, Castelo ou Monte Crasto, em Aboim da Nóbrega e a citânia de S. Julião, em Ponte S. Vicente.

A arquitectura românica, coeva da formação do reino de Portugal, é, nesta zona do concelho, de formas simples e rudes. Encontra-se bem representada nas igrejas paroquiais de Valdreu e Coucieiro, como de resto o atestam os seus ornamentos característicos: arcos de volta inteira, colunas e capitéis, mendilhões, cornijas e todos os ricos motivos de simbologia medieval. Outros exemplares, como as Igrejas de Valbom S. Martinho e Aboim da Nóbrega, são já um pálido reflexo da sua arquitectura primitiva.

Porém, associadas a estas construções podemos referir a existência de alguns sarcófagos antropomórficos, pedras tumulares decoradas, em Atães, Barros, Gondomar e Valbom S. Pedro.

Inseridos, ainda, no quadro histórico da última fase do período medieval, são relevantes os vestígios de troços de caminhos vicinais empedrados, especialmente em Valdreu e Gondomar, as pontes românicas de Valões e de Caldelas, bem como a casa-torre de Oriz Sta. Marinha (Torre dos Coimbras) e os vestígios das Torres de Aboim da Nóbrega e Linhares, em Coucieiro, baluartes que sustentavam a arcaica e poderosa estrutura senhorial da região. Quanto à arquitectura do séc. XVII, está bem representada nesta zona do concelho, através de numerosas igrejas, capelinhas e cruzeiros, bem como de algumas casas solarengas.

A casa do Picão, em Aboim da Nóbrega, os antigos Paços de Atães, o Paço de Linhares e o solar de Carcavelos, em Coucieiro, a casa de Serrazim, em Mós, e a casa dos Abreus de Regalados, no Pico de Regalados, são os exemplares mais significativos da casa nobre rural de finais do séc. XVII.

De resto, para além do património arqueológico, da arquitectura religiosa e civil, é digno de registo todo um acervo cultural de grande valia existente nas comunidades: as azenhas, os espigueiros, as alminhas, as lendas, os provérbios  e tradições, os contos, as festividades cíclicas e o encanto bucólico das suas riquezas ambientais e paisagísticas.

É efectivamente, à grande beleza natural desta região, à riqueza patrimonial e etnográfica, que se deve a atracção turística recente pelos seus “espaços rurais”.

Aqui floresce e se desenvolve o “turismo de aldeia” ou “turismo em casa de campo”, de que são exemplos ilustrativos os aglomerados rurais da Pequenina e da Povoadura, em Aboim da Nóbrega e de Nogueira, em Gondomar. Projectos que, para além do benefício turístico, contribuem para a recuperação e valorização do património local.

No que ao movimento associativo concerne, é de sublinhar a existência de 26 associações: vinte das quais com actividade cultural, desportiva e recreativa; três com actividades de ocupação de tempos livres; duas circunscritas ao folclore e uma com actividade exclusivamente musical. O apoio financeiro e logístico da Câmara Municipal, o dinamismo dos corpos sociais e associados, faz destas células locais o palco por excelência da animação cultural, desportiva e recreativa da nossa área de intervenção pedagógica.

3 - CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO EDUCATIVO

3.1.       REDE ESCOLAR, INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTO

Como pelos dados atrás referidos se constata, a rede escolar da área de intervenção do agrupamento caracteriza-se pela grande dispersão e isolamento dos estabelecimentos de educação e ensino, entre si e pela localização da escola sede na períferia do seu território educativo.

Este facto, associado ao elevado índice de mobilidade e instabilidade do corpo docente, particularmente no que à educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico concerne, condiciona, não só a intervenção da comunidade educativa e a socialização dos alunos, mas ainda o funcionamento de equipas multidisciplinares, a sustentabilidade dos projectos pedagógicos, a partilha de saberes e experiências, a articulação e sequencialidade curricular e a complementaridade e rentabilização dos recursos existentes.

No que às instalações se refere, não obstante apresentem, na generalidade, condições mínimas indispensáveis ao seu funcionamento, é notória a degradação e o mau estado de conservação de alguns edifícios, bem como, no que à educação pré – escolar diz respeito, a inadequação e falta de qualidade dos espaços exteriores e dos locais onde se desenvolvem as actividades da componente sócio – educativa.

Neste particular, é importante sublinhar que, pese embora, o esforço de investimento da autarquia nos últimos anos, é imperioso melhorar as condições físicas das instalações escolares da educação pré – escolar e do primeiro ciclo do ensino básico e criar outros espaços necessários, nomeadamente cantinas, bibliotecas, espaços desportivos e ocupação de tempos livres. Ou, finalmente, apostar no redimensionamento da rede escolar em termos de uma implementação estratégica e racional de escolas básicas integradas, de forma a garantir a coerência e continuidade dos diferentes níveis de educação e ensino, permitindo um percurso sequencial das aprendizagens, dando, assim, um sentido mais amplo ao conceito de escolaridade básica.

No que aos equipamentos concerne, registam-se insuficiências e inadequações, não só ao nível do mobiliário, como dos recursos e materiais didácticos, audiovisuais e informáticos. Não obstante, todas as escolas do primeiro ciclo possuam um computador com ligação à Internet, este recurso tem sido pouco rentabilizado, quer pela inexistência de um serviço de manutenção, quer ainda por falta de apetência e de desempenho, ao nível informático, por parte de alguns docentes.

Finalmente, é de referir um défice de A.A.E. relativamente ao primeiro ciclo, falta de monitores com formação específica para o desenvolvimento da componente sócio - educativa, um número de educadores e professores de educação especial demasiado exíguo face às necessidades específicas do agrupamento.

3.2.                RECURSOS

REDE ESCOLAR:

 

INSTALAÇÕES:

DOCENTES:

Por estabelecimentos de educação e ensino

 

NÃO DOCENTES:

Por estabelecimento de educação e ensino e tipo de vínculo:

 

 

ALUNOS:

Por estabelecimentos de educação e ensino

Zonas – Pólo

Características

4 - PRINCIPAIS PROBLEMAS DETECTADOS NOS CONTEXTOS SÓCIO-ECONÓMICO,    EDUCATIVO E DE ENSINO APRENDIZAGEM

Ao nível dos contextos familiar e institucional:

Ø      Dispersão dos aglomerados rurais e desertificação dos mesmos, face à inexistência de infraestruturas básicas e meios de sobrevivência e empregabilidade;

Ø      Baixo nível sócio-económico e de escolaridade da generalidade dos agregados familiares;

Ø      Perspectivas relativamente à escola e às aprendizagens dos seus educandos negativas / A escola é vista como um "beco sem saída" face às perspectivas de uma inserção precoce no mercado de trabalho;

Ø      Desinteresse generalizado dos pais e encarregados de educação pela vida escolar dos seus educandos;

Ø      Contextos familiares psicológica e intelectualmente pouco estimulantes;

Ø      Fragmentação e isolamento dos jardins de infância e das escolas do 1º ciclo, dificultando uma eficaz socialização das crianças e o funcionamento de equipas multidisciplinares;

Ø      Forte mobilidade/instabilidade do corpo docente, particularmente no que à educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico concerne, condicionando a introdução de dinâmicas pedagógicas sustentadas;

Ø      Ausência de condições de apoio à monodocência, mormente através de equipas educativas para leccionação em regime de codocência, designadamente no que às áreas das expressões concerne;

Ø      Insuficiência de recursos logísticos, designadamente equipamentos, material didáctico, meios audiovisuais e informáticos, especificamente ao nível da educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico;

Ø      Deficiente articulação curricular ao nível da educação pré-escolar e dos vários níveis de ensino;

Ø      Inexistência de ligação em rede entre os estabelecimentos de educação e ensino do agrupamento;

Ø      Falta de animadores qualificados no que à componente sócio – educativa concerne.

Ao nível dos alunos:

Ø      Dificuldade de identificação com os valores veiculados pela escola;

Ø      Dificuldade de inserção no contexto escolar;

Ø      Alguma incapacidade para estabelecer um relacionamento interpessoal adequado;

Ø      Falta de condições e ambiente de trabalho escolar em casa, face à sobrecarga de trabalho doméstico e às distâncias a percorrer diariamente;

Ø      Desinteresse pelas aprendizagens académicas oferecidas pelos currículos obrigatórios;

Ø      Ausência de hábitos e métodos de estudo;

Ø      Insucesso nas aprendizagens/abandono escolar precoce;

Ø      Manifestações de indisciplina, agressividade e violência/problemas de relacionamento interpessoal e afectivo;

Ø      Elevado índice de alunos com NEE / dificuldades de aprendizagem;

Ø      Constrangimentos e preconceitos ao nível do desenvolvimento afectivo/educação sexual;

Ø      Problemas de alcoolismo, tabagismo e alguns resquícios de toxicodependência;

Ø      Desvalorização dos problemas ambientais/qualidade de vida;

Ø      Insuficiência de hábitos e normas de higiene/educação para a saúde;

Ø      Hábitos alimentares deficientes e incorrectos;

Ø      Baixos níveis de literacia e numeracia / matemática;

Ø      Carência de contactos, quer ao nível das novas tecnologias e formas de comunicação, quer no que ao acesso a outras formas de cultura concerne.

5 - Linhas gerais de actuação.

CONSTRUIR UMA ESCOLA QUE PRIVILEGIE:

5.1                   A coerência de um "sistema educativo" de sucesso, capaz de corresponder às expectativas da comunidade em que se insere.

5.2                   A habilitação para o exercício da cidadania activa.

5.3                   A formação pessoal e social dos alunos.

5.4                  O desenvolvimento integrado de saberes, capacidades e competências.

5.5                   A aquisição de hábitos e métodos de trabalho, através de actividades integradas no currículo formal e de complemento curricular.

5.6                   A produção dos saberes em detrimento da repetição da informação.

5.7                  O reconhecimento da comunidade como o contexto privilegiado de desenvolvimento e socialização dos alunos.

5.8                  A promoção de parcerias com instituições locais de saúde, solidariedade social, autarquias e de carácter associativo e empresarial, potenciadoras do desenvolvimento dos projectos de:

Ø      Educação para a Saúde;

Ø      Desenvolvimento Sócio-Afectivo/Educação Sexual;

Ø      Protecção e Preservação do Meio Ambiente;

Ø      Alcoolismo, Tabagismo e Toxicodependência;

Ø      Prevenção Rodoviária;

Ø      Socorrismo;

Ø      Orientação Escolar e Profissional;

Ø      Cursos de qualificação e formação profissional.

5.9                  O desenvolvimento de programas/projectos de tutoria  de apoio pedagógico, psicopedagógico, e social, de acompanhamento e de aconselhamento.

5.10              A criação de condições que potenciem uma mudança de atitudes, por parte dos alunos e encarregados de educação relativamente à função da escola, como condição "indispensável" ao desenvolvimento integral do indivíduo.

5.11              O desenvolvimento de actividades e projectos interdisciplinares integrados, no sentido de proporcionar aos alunos um desempenho aceitável nos domínios da literacia e da numeracia.

5.12              A promoção de uma utilização progressiva integrada das novas tecnologias, no sentido de elevar o desenvolvimento dos nossos alunos ao nível da literacia digital, de modo a que não sejam, de futuro, "info-excluídos".

5.13              A promoção de programas capazes de assegurar uma oferta de educação e formação que permita adoptar medidas para a obtenção simultaneamente, de uma qualificação profissional e respectiva certificação e de informação e orientação escolar e profissional.

5.14              A articulação e sequencialidade curricular ao nível da educação pré-escolar e dos diferentes graus de ensino básico, promovendo a flexibilização dos currículos.

5.15              A promoção da complementaridade dos recursos e apoios educativos, através da cooperação das escolas entre si, das parcerias com as autarquias, o movimento associativo local e da corresponsabilização da comunidade educativa.

5.16              A implementação de um projecto de desporto escolar que promova a prática de actividades lúdico-desportivas e incentive o gosto pelo exercício físico, como meio privilegiado de desenvolvimento pessoal, interpessoal e comunitário.

5.17              A humanização das escolas, criando espaços que favoreçam as relações inter-pessoais de natureza pedagógica, cultural, recreativa e ambiental.

5.18              A dinamização das bibliotecas / centros de recursos existentes e a implementação de novos pólos na área de intervenção do agrupamento.

5.19              A criação de um “Serviço de Psicologia e Orientação” que possibilite uma efectiva adequação das respostas educativas às necessidades dos alunos, contribuindo para a concretização de igualdade de oportunidades, para a promoção do sucesso educativo e para a aproximação entre a família, a escola e o mundo profissional

5.20              O desenvolvimento de um plano de formação que, no que ao corpo docente e não docente concerne, possam usufruir de uma formação contínua de qualidade, adequada às suas reais necessidades e expectativas profissionais.

6 – PARÂMETROS  DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA

6.1                  Fomentar a aquisição de um quadro de valores e princípios conducentes ao   pleno   exercício da cidadania;

6.2                  Reforçar a qualidade do processo ensino-aprendizagem, com vista a promover o sucesso educativo e evitar o abandono escolar precoce;

6.3                  Estimular a articulação e sequencialidade progressiva do currículo entre os diferentes níveis de ensino;

6.4                  Proporcionar o intercâmbio de actividades e projectos entre os diferentes níveis de educação e ensino, possibilitando às crianças e adolescentes outras experiências de aprendizagem e socialização;

6.5                  Investir no apoio educativo, relativamente aos alunos com necessidades    educativas especiais e acentuadas dificuldades de aprendizagem;

6.6                  Dinamizar, ao nível dos diferentes níveis de educação e ensino, o projecto “o prazer da leitura: um caminho para o sucesso escolar”, tendo como finalidade desenvolver o gosto pela leitura e a sua relação com o desejo de escrever, elevando o nível de literacia dos nossos alunos.

6.7                  Promover o desenvolvimento de actividades e projectos interdisciplinares integrados, no sentido de proporcionar aos alunos um desempenho aceitável no domínio da informática e novas tecnologias da informação e comunicação;

6.8                  Pôr em prática um projecto de apoio à monodocência, no que à educação pré-escolar e ao 1º ciclo concerne, apostando na complementaridade dos recursos humanos existentes e eventuais parcerias com a Câmara Municipal, as Juntas de Freguesia e o movimento associativo local;

6.9                  Potenciar, em parceria com o Centro de Saúde de Vila Verde e as respectivas extensões sediadas na área de influência do agrupamento, o projecto de “Educação para a Saúde” (cuidados primários, educação sócio-afectiva/sexual, alcoolismo, tabagismo e toxicodependência);

6.10              Promover, em parceria com o departamento do ambiente da Câmara Municipal, o projecto” Ciência em Intercâmbio: um Projecto em Movimento”, tendo como finalidade a defesa e divulgação do meio ambiente e do património natural;

6.11              Desenvolver, em parceria com a Escola Secundária, Escola Profissional, Instituto do Emprego e Formação Profissional, Instituto Português da Juventude, Associação das Terras Altas do Homem e Cávado (ATAHCA) e da Câmara Municipal, um projecto de qualificação e formação profissional que contribua, respectivamente para a inserção qualificada no mercado de trabalho, para o aumento dos níveis de escolaridade e para a orientação escolar e profissional dos alunos;

6.12              Desenvolver um projecto sustentado de desporto escolar, promovendo ao nível da educação pré-escolar e do 1º ciclo actividades lúdicas de iniciação desportiva, integradas no âmbito dos programas de Educação Física da respectiva área disciplinar;

6.13              Promover a mudança de atitude dos alunos, pais e encarregados de educação, relativamente à função da escola, corresponsabilizando-os no processo ensino-aprendizagem e reforçando a sua participação na vida escolar;

6.14              Criar centros de interesse de “ocupação de Tempos Livres”, incluindo os decorrentes da falta de professores e de actividades de complemento curricular, que ocupem de forma útil e criativa os alunos;

6.15              Implementar o “Plano de Emergência” em todos os estabelecimentos de educação e ensino;

6.16              Incrementar o intercâmbio de valores escola-família-comunidade, nos domínios social, cultural e de parceria.

7       - FORMAS E INSTRUMENTOS DE OPERACIONALIZAÇÃO

7.1                                                                                                                 Organização Curricular

Projectos Curriculares:

·              do agrupamento;

·              das zonas - pólo;

·              de ano e ciclo;

·              de turma.

Complemento Curricular

·              codocência (área das expressões);

·              apoios educativos;

·              centros de apoio à inovação pedagógica (CAIP`S);

·              centro de recursos / bibliotecas;

·              centro de informática;

·              rádio escolar / jornal escolar;

·              centro de fotografia;

·              desporto escolar / tempos livres.

Articulação Curricular:

Conselho pedagógico;

           Conselho de docentes;

           Coordenações de zonas - pólo;

           Coordenação de estabelecimento de educação e ensino;

·        Departamentos curriculares / áreas disciplinares;

·        Coordenação de directores de turma;

·        Conselhos de turma;

·        Professores titulares de turma / director de turma;

·        Coordenadores de projectos;

·        Coordenação dos apoios educativos.

7.2                                                                                                                  Planificação de actividades

► Plano de actividades do agrupamento:

·             diagnóstico em sede das estruturas de articulação curricular;

·             hierarquização das necessidades de complemento curricular, em   função das prioridades do projecto educativo;

·             definição de estratégias e metodologias;

·             inventariação dos recursos humanos e financeiros;

·             calendarização;

·           avaliação.

7.3         Interacção Escola / Comunidade

► Parcerias / Protocolos:

·               Centro de Saúde / Extensões locais;

·               Câmara Municipal / Juntas de Freguesia;

·               Associações de Pais / Encarregados de Educação;

·               ATAHCA (Associação Terras Altas Homem e Cávado);

·               Movimento Associativo / Empresarial;

·               Instituto de Emprego e Formação Profissional;

·               Instituto Português da Juventude;

·               Segurança Social;

·               Santa Casa da Misericórdia;

·               Escola Profissional

·               Escolas EB 2,3 e Secundária do concelho.

► Projectos de parceria:

·               Pré – profissionalização;

·               Orientação Escolar e Profissional;

·               Desenvolvimento sócio – afectivo / Educação Sexual;

·               Educação para a saúde (cuidados primários, alcoolismo, tabagismo, toxicodependência)

·               Defesa e recuperação do meio ambiente natural, rural e cultural;

·               Prevenção rodoviária;

·               Socorrismo;

·               Bibliotecas / Centros de recursos;

·               Desporto Escolar;

·               Comissões Sociais inter-freguesias / Conselho Local de Acção Social.

► Cooperação Escola – família / Comunidade:

·              Linha telefónica directa aberta aos pais e encarregados de educação;

·              Sala / espaço de reuniões sob gestão da associação de pais;

·              Informação veiculada via director de turma e, trimestralmente, pelo jornal escolar;

·              Reuniões periódicas para reflexão e debate;

·              Acções de sensibilização, informação / formação;

·              Dinamização de workshops de actividades da escola e locais;

·              Dinamização de tempos livres.

7.4        Gestão de espaços / recursos:

► Maior funcionalidade na circulação da informação.

► Resolução de problemas técnicos, administrativos e pedagógicos.

► Redimensionamento da rede escolar:

·           Reorganização das escolas com menos de 10 alunos;

·           Aposta na implementação das EBI`s.

► Humanização dos espaços escolares existentes:

·           Conservação, higiene e segurança;

·           Recursos didácticos e pedagógicos indispensáveis;

► Regime de funcionamento:

·           Horários, refeições, prolongamento e componente sócio – educativa;

·           Rentabilização e complementaridade dos recursos humanos.

·           Racionalização e adequação dos transportes escolares.

7.5        Formação (docente e não docente)

Acções de formação em contexto escolar:

● Novas tecnologias da informação:

·           Windows, Word e Excel;

·           Criação de páginas de Internet;

·           Power Point e Internet: a utilização na prática pedagógica.

               ● Áreas curriculares não disciplinares / gestão flexível dos currículos.

● Avaliação das aprendizagens: um novo desafio da reorganização curricular do ensino básico.

● Do projecto curricular de escola ao projecto curricular de turma.

● Pedagogia diferenciada como prática lectiva.

● Dificuldades de aprendizagem e insucesso escolar.

● Escola promotora de saúde: uma realidade em construção.

● Disciplina / Indisciplina: mitos, realidades e respostas possíveis.

               ● Desenvolvimento sócio – afectivo / Educação Sexual: da educação pré – escolar ao 3º ciclo do ensino básico.

● Família, escola e comunidade: construção de uma nova prática em direcção a uma sociedade mais justa e solidária.

● A coordenação pedagógica: dinâmica da coordenação de ciclo.

● Desenvolvimento pessoal e social / relações interpessoais.

► Oferta de formação do Centro de Formação de Vila Verde.

Nota: As acções de formação em contexto escolar poderão ser implementadas sob a forma de “Oficina de Formação”, “Círculo de Estudos”, ou, simplesmente, “Seminários” ou “Jornadas Pedagógicas”.

8       - AVALIAÇÃO DO PROJECTO

8.1.                 Auto - avaliação:

Ø      Efectuada, trimestralmente, pelas estruturas de articulação curricular.

8.2.       Observatório da Qualidade da Escola”

Ø      Efectuado, no final de cada ano lectivo, com base num guião de indicadores “críticos” do desempenho do projecto.

8.3.       Processos e instrumentos de avaliação do projecto:

Ø      Observação directa;

Ø      Inquéritos e entrevistas;

Ø      Recolha e tratamento estatístico dos resultados da aprendizagem;

Ø      Relatórios de análise crítica;

Ø      “ Observatório da Qualidade da Escola”.

8.4.       Intervenientes no processo de avaliação do projecto:

Ø      Alunos;

Ø      Pais e Encarregados de educação;

Ø      Estruturas intermédias de articulação curricular;

Ø      Conselho Pedagógico;

Ø      Assembleia do Agrupamento;

Ø      Conselho Municipal de Educação;

9       - DIVULGAÇÃO DO PROJECTO

  ► Promoção de reuniões:

·           Conselhos de docentes;

·           Departamentos curriculares;

·           Assembleia de alunos;

·           Associação de Pais;

·           Conselho Pedagógico;

·           Assembleia do Agrupamento.

                  ► Elaboração e divulgação através do jornal escolar, de um documento que sistematize as linhas orientadoras do projecto.

► Colocação do projecto na página da escola disponível a partir da Internet.

10 – BIBLIOGRAFIA

·           Canário, Rui,  A escola, a autonomia e a “territorialização” da acção educativa, in Revista Aprender, Portalegre ESE, 1999.

·           Carvalho, Adalberto et al, A construção do Projecto de Escola, Porto Editora, Porto 1993.

·           Censos 2001, Lisboa, INE.

·           Construções do Projecto educativo e do Plano Anual de Actividades de Escola ou Agrupamento de Escolas, Ed. Ministério da Educação, Lisboa 1999.

·           Estudo do Património Cultural, PDM, Ed. da Câmara Municipal de Vila Verde, 1986.

·           Gomes, Jorge Pereira Silva, Projecto Educativo de Escola, Ed. APPACDM, Braga, 1997.

·           Estudos Sumários do Planeamento,PDM, Ed. da Câmara Municipal de Vila Verde, 1986.

·           Marques, Ramiro, Reorganização e gestão curricular no ensino básico, Porto Editora, Porto, 1999.

·           Regalo, Henrique de Lemos, Levantamento arqueológico do Concelho de Vila Verde,  Ed. da Câmara Municipal de Vila Verde, 1987.

·           Regulamento Interno, Agrupamento de Escolas do Pico de Regalados, Pico de Regalados, Dezembro de 2001.

·           Sancha, Isabel Rodrigues, Necessidades Educativas, Apoios e Complementos Educativos, Porto Editora, Porto, 1996.

·           Zabalza, M., Planificação e Desenvolvimento Curricular na escola, Ed. ASA, Porto, 1998.